Haddad: Reforma tributária deve ser votada na semana que vem no Senado

Enviado Quinta, 05 de Dezembro de 2024.

Projeto complementar da reforma, que está na Câmara dos Deputados, deve ser discutido apenas em 2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (4) que a reforma tributária deve ser votada no Senado Federal ainda na próxima semana e o projeto complementar da reforma, que está na Câmara dos Deputados, deve ser discutido apenas em 2025.

Haddad disse também que o país está vivendo no índice mais baixo de miséria da história. “Um país sem fome e miséria é a primeira providência”, disse durante sua participação no Fórum Jota, em Brasília.

De acordo com o ministro, o Brasil tem um potencial que nem sempre é realizado e esse déficit de realizações está ligado com o que camadas privilegiadas almejam para o país. “Na política, você discute grandes projetos e é difícil interesses menores não prejudicarem [...] A atuação desses grupos nos três Poderes é muito forte”, destacou.

Haddad afirmou que a reforma da renda proposta pelo governo é “neutra do ponto de vista fiscal” e que esse gesto não pode ser encarado como uma medida populista. Voltou a dizer que se o pacote de ajuste fiscal não for suficiente, a equipe econômica voltará a debater as medidas apresentadas. “O que foi endereçado atende neste momento o que a área econômica quer de resultados econômicos para os próximos anos.”

Notou que as pessoas ligadas à intermediação financeira dizem que o pacote está sendo subestimado pelo mercado, mas muitos elementos foram alterados, como o indexador do salário mínimo, abono salarial, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Bolsa Família. Para ele, essas mudanças têm o objetivo de buscar justiça tributária e social, e não de prejudicar os pobres.

“O Brasil está crescendo 4% em 12 meses. Tem gente que diz que não é sustentável. Por isso estamos tomando essas medidas.” O ministro apontou também que sabe da situação “extremamente desafiadora”, mas as medidas de contenção de gastos não são irrelevantes, e, sim, necessárias.

Fonte: Valor Econômico