Serviços do Pix: de troco a parcelamentos, conheça os recursos que vão além da transferência de dinheiro
Enviado Segunda, 28 de Abril de 2025.Novas funções prometem trazer mais segurança e facilitar compras
Mais de R$ 17,5 trilhões foram movimentados por meio de transações via Pix no primeiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O total de valores transferidos neste ano foi 33,1% maior do que os R$ 13,1 trilhões registrados no mesmo período de 2024.
O número mostra uma recuperação. Nos primeiros dias de 2025, a quantidade de Pix registrou a maior queda desde seu lançamento. Foram 1.250 bilhão de transações instantâneas entre 4 e 10 de janeiro. A diminuição do volume foi motiva pela onda de notícias falsas e a repercussão negativa sobre a norma da Receita Federal de monitoramento das movimentações financeiras, incluindo o Pix e outros meios como cartão de crédito.
— A gente observa que houve uma queda logo no começo do ano devido à falha de comunicação do governo em relação à necessidade de especificação de transações com Pix. Mas, agora, esses números já estão sendo retomados — explica Gilberto Braga, economista e professor do Ibmec.
Para Samuel Barros, reitor do Ibmec Rio e Especialista em Finanças do Ibmec, o uso do Pix tende a continuar aumentando devido aos serviços que estão sendo lançados com foco em conquistar a confiança do brasileiro:
— Por mais que tenha caído no gosto do povo, muita gente tinha desconfiança em relação ao Pix. Como aumentaram os recursos de segurança, as pessoas passaram a ter o hábito de uso.
Nos próximos meses, o Pix vai ganhar novas funcionalidades. Entre elas, as principais funções com foco em segurança está a atualização do Mecanismo Especial de Devoluções (MED), que vai permitir a partir de outubro a contestação de transações realizadas por fraudes diretamente nos aplicativos dos bancos, de forma digital e sem necessidade de atendimento humano. Dessa forma, será possível acompanhar o andamento da solicitação.
Comprovantes de pagamento e agendamento
Desde 1º de abril, os comprovantes de Pix passaram a identificar pagamentos agendados com a frase “Agendamento Pix”. Já as notas transferências feitas na hora mostram o ícone de check. A atualização foi criada para acabar com golpes que usam falsos comprovantes de transações.
– Um golpe bastante comum é quando um fraudador mostra o comprovante de agendamento para o vendedor, que, por ter que olhar rápido e não poder contar com elementos visuais para fácil identificação de que a transação não foi concluída, entende que o valor já foi transferido – explica Eduardo Sgobbi, diretor executivo do Edan Finance Group.
A novidade, no entanto, não exclui a necessidade de atenção por parte de quem está recebe os valores, explica a educadora financeira Aline Soaper:
– Se estiver escrito "agendamento pix" esse pagamento não foi efetivado e pode ser cancelado. Nesse caso, aguarde até que seja efetuado para liberar o produto ou serviço.
Principais funções
Pix por aproximação
O Pix por aproximação permite realizar pagamentos somente aproximando o celular da maquininha, seja pelo aplicativo do banco ou por uma carteira digital autorizada pelo Banco Central. Para usar a funcionalidade em uma carteira digital (como Google Pay), é necessário vincular a conta bancária à carteira, processo semelhante ao cadastro de cartões de crédito ou débito. Durante a vinculação, o usuário será direcionado ao aplicativo do banco para autorizar a integração, sendo esse procedimento realizado apenas uma vez.
Após a vinculação, basta escolher Pix como forma de pagamento, aproximar o celular da maquininha habilitada, conferir as informações na tela e confirmar a transação. O celular deve possuir tecnologia NFC e estar conectado à internet. O limite inicial por transação é de R$ 500, sem limite diário obrigatório, mas o usuário pode personalizar limites no aplicativo do banco. No momento, apenas o Google Pay está autorizado pelo BC para operar a funcionalidade, sendo exclusiva para dispositivos Android. A expectativa é de expansão futura para Apple Pay e Samsung Pay.
Pix agendado
Diferente do Pix tradicional (que é imediato), essa modalidade do Pix que permite programar transferências ou pagamentos para datas futuras. Disponível desde 2021, vem ganhando aprimoramentos como o Pix Agendado Recorrente, que possibilita agendar transações únicas ou recorrentes, definindo data, horário e periodicidade.
Para agendar, basta acessar o aplicativo do banco, inserir a chave Pix do destinatário, definir o valor e selecionar a data desejada (até 90 dias à frente, em alguns bancos, ou um ano em outros). No dia programado, o valor é debitado automaticamente da conta do pagador
Pix parcelado
Previsto para entrar em vigor em setembro de 2025,essa função permitirá que consumidores e empresas parcelem transações Pix, enquanto o recebedor recebe o valor total imediatamente. Funcionando como um concorrente direto dos cartões de crédito, a modalidade elimina custos como o interchange (taxa das bandeiras de cartões), reduzindo despesas para lojistas e oferecendo crédito mais acessível aos consumidores.
Pix automático
O Pix Automático, que entrará em vigor em 16 de junho de 2025, permitirá o pagamento automático de contas recorrentes (energia, telefone, mensalidades escolares, academias, condomínios e assinaturas) sem necessidade de autenticação a cada transação. Funcionando como um substituto do débito automático, a modalidade exige apenas uma autorização prévia do pagador para que o recebedor (empresa ou prestador de serviço) envie cobranças periódicas diretamente à conta bancária.
Embora ainda falte dois meses para seu lançamento oficial, o recurso já começou a ser utilizado por alguns bancos, como o Bradesco, o Santander e o Itaú Unibanco.
Diferente do Pix Agendado, que é voltado a transferências de dinheiro, como mesada dos filhos e pagamento de serviços informais, o Automático é voltado para pagar contas de consumo e boletos programados.
Saque e troco
No Pix Saque é possível sacar dinheiro em espécie em estabelecimentos comerciais, correspondentes bancários e caixas eletrônicos autorizados, sem cobrança de tarifas ao usuário. Funciona como uma transação Pix comum: o cliente envia um valor para a loja via QR Code e recebe o equivalente em dinheiro físico no ato. Já no Pix Troco permite que clientes recebam o troco de compras em dinheiro eletrônico, diretamente em sua conta via Pix. O valor máximo nessas modalidades em cada operação é de R$ 3.000 durante o dia (das 6h às 20h) e R$ 1.000 durante a noite (das 20h às 6h). No entanto, os estabelecimentos podem definir limites inferiores. Podem ser feitos até oito saques por mês.
Fonte: Extra