Série Diálogos RJ discute desafios do Rio na transição energética

Enviado Sexta, 01 de Agosto de 2025.

No 3º debate do ano da série Diálogos RJ, autoridades e especialistas vão apontar oportunidades para a economia do estado

O Rio de Janeiro geralmente é apontado como a capital do petróleo no Brasil. Afinal, começou na Bacia de Campos a odisseia marítima da Petrobras, sediada na capital fluminense, que culminou na descoberta e exploração das reservas do pré-sal, em águas ultraprofundas.

Paradoxalmente, em meio aos esforços mundiais para reduzir o uso de combustíveis de origem fóssil— e suas emissões de carbono — e deter as mudanças climáticas, o Estado do Rio é o que reúne as melhores condições de liderar o processo de transição energética no Brasil.

Além da expertise técnica acumulada nos setores petrolífero e de energia elétrica —a Eletrobras e a Eletronuclear também estão sediadas no Rio—, o estado reúne universidades e centros de pesquisa que acumulam muito conhecimento no setor energético como um todo. Somado à infraestrutura instalada, o capital humano faz a diferença no potencial do Rio para incorporar e acelerar a adoção de fontes limpas de energia e desenvolver novas tecnologias.

Para debater este tema, O GLOBO reúne, na próxima terça-feira (05/08), autoridades, especialistas e executivos ligados ao setor para o debate “Transição energética: como o Rio enfrenta o desafio de reduzir os combustíveis fósseis”, o terceiro do ciclo Diálogos RJ neste ano.

O evento será realizado no auditório da Editora Globo, na Rua Marquês de Pombal 25, no Centro do Rio, a partir das 9h30. A participação é gratuita, mas as vagas são limitadas. As inscrições podem ser feitas no site oglobo.globo.com/projetos/dialogosrj.

Os dois painéis temáticos serão transmitidos ao vivo pelo canal do GLOBO no YouTube e também pelo Facebook do jornal e pelo do Extra. Veja a lista de debatedores mais abaixo.

Do etanol e do querosene de aviação sustentável ao biogás, da energia solar e eólica ao hidrogênio verde, a transição energética não é só uma premissa ambiental, mas também um leque de oportunidades para o futuro econômico do Estado do Rio, hoje muito dependente da indústria de petróleo e gás. O setor responde por 60% das exportações fluminenses e emprega 40 mil pessoas, segundo dados da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

O Rio tem avançado na diversificação de sua matriz energética, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis. Uma dessas frentes já deu ao estado a liderança na produção de biometano, gás oriundo do tratamento do lixo em aterros sanitários que pode ser usado em motores automotivos como o gás natural veicular (GNV).

Outro segmento promissor é a geração eólica em alto-mar (offshore), cuja regulamentação foi aprovada recentemente pelo Congresso Nacional, que pode se beneficiar da experiência das plataformas de petróleo na costa do Rio. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), 103 complexos do tipo já entraram com pedido de licenciamento ambiental.

Embora a maior parte seja para o Nordeste, há a expectativa de empreendimentos no Rio, onde estão sediadas as principais petroleiras do país, que também investem em transição energética.

O principal desafio agora é criar um ambiente de negócios favorável para que o Estado atraia mais investimentos relacionados à transição energética. Para discutir saídas, dois painéis temáticos serão realizados no debate da série Diálogos RJ de terça promovido pelo GLOBO.

Da primeira mesa, sob o tema “Do pré-sal ao sol: quais os caminhos para o Rio?”, participam Cassio Coelho, secretário estadual de Energia e Economia do Mar; Danielle Johann, diretora-executiva da Associação Brasileira de Energia Solar Térmica (Abrasol); Paulo Van der Ven, diretor de Operações Compartilhadas da Equinor; e Maurcio Tolmasquim, conselheiro da Eletrobras, ex-diretor da Petrobras e ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Na segunda mesa, “O potencial do estado para atrair investimentos sustentáveis”, falam Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Fernanda Delgado, diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV); e Rafael Palhares Simoncelli, diretor de Desenvolvimento de Negócios Brasil e América do Sul na Ocean Winds, empresa dedicada à energia eólica offshore. A mediação dos dois debates será feita por Ana Lucia Azevedo, repórter especial do GLOBO.

 

 

Fonte: O Globo