Cedae alerta para prognóstico de pouca chuva no Rio

Enviado Quarta, 18 de Setembro de 2024.

Empresa mantém abastecimento de água normalizado no Estado e concessionárias não registram interrupções no fornecimento

Com o baixo volume de chuvas no Rio de Janeiro e a crise climática em todo o país, a preocupação de falta de água no Estado tem aumentado. Desde o dia 12, o governo estadual criou um gabinete de crise para lidar com as consequências do tema. O governador Cláudio Castro afirmou em entrevista coletiva na segunda-feira (16) que a fase de pico da seca passou. Mas para o presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), Aguinaldo Balon, a população precisa se preparar para o prognóstico desfavorável dos próximos 20 dias.

“As condições climáticas para os próximos 20 dias não são animadoras. Estamos comunicando a população e pedindo uso racional da água. Pode ser que futuramente precisemos diminuir a produção”, disse Ballon, que comanda a empresa responsável pela captação e tratamento de água no Estado - insumo que depois é vendido para as três concessionárias que atuam na distribuição do produto.

Ballon afirma que o trabalho de comunicar a população é preventivo para que, caso a previsão climática se confirme, os impactos sejam reduzidos e não haja falta de água. Segundo o executivo, as regiões mais delicadas neste momento são as atendidas pelo sistema Imunana-Laranjal: Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Paquetá e parte de Maricá (Inoã e Itaipuaçu). O sistema produz 6,3 mil litros de água por segundo e, nesta terça (17), opera com 95% da capacidade. Até ontem, quando começou uma chuva fraca na região, a operação estava em 90%.

No total, a Cedae administra 55 mil litros de água por segundo na região metropolitana do Rio, mas Ballon explica que, por serem sistemas diferentes, cada região tem uma proporção de abastecimento. A maior parte dos municípios fluminenses é servida por três concessionárias de distribuição que podem atuar de formas isoladas para evitar qualquer racionamento. A estimativa da Cedae é de que, em uma situação mais crítica de estiagem, a restrição à população não ultrapasse os 20%.

O presidente da Cedae diz que a companhia, para reduzir possíveis impactos, tem atuado com o desassoreamento de canais de captação, com a instalação de bombas para aumentar volume de captação e com o reforço de motores.

A Águas do Rio, que atende 26 municípios fluminenses e 124 bairros cariocas, afirmou que trabalha em parceria com o governo do Estado e a Cedae para realizar “ações operacionais de mitigação nas áreas afetadas pela estiagem, que prejudica o abastecimento no Rio de Janeiro”. Entre essas iniciativas, a empresa cita a ampliação do contingente de caminhões-pipa e balsas nas áreas abastecidas pelos Sistemas Imunana-Laranjal e Acari, priorizando o atendimento a unidades de saúde.

“A empresa também está promovendo o direcionamento de água do Sistema Guandu para áreas abastecidas por represas na Baixada Fluminense, além de já ter implantado sistemas de bombeamento em pontos estratégicos da rede para reforçar o fornecimento de água”, diz a companhia, acrescentando que, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, a Águas do Rio conseguiu, com o uso de tecnologia, aumentar a “disponibilidade hídrica” nos últimos meses. “Até o momento, não há impacto no abastecimento da população local”, ressalta a companhia.

A Rio+Saneamento, que atua em 17 municípios e 22 bairros da capital, afirma que o volume de água recebido para a distribuição em sua área de atendimento encontra-se “dentro dos níveis normais”. “De todo modo, em função da estiagem prolongada que atinge o Estado do Rio, a concessionária mantém um plano de contingência para minimizar eventuais impactos no abastecimento de água”, frisa a empresa.

Também procurada, a Iguá, que abastece dois municípios e bairros da zona oeste da capital, destaca que até o momento não foi informada sobre problemas com os níveis de água do sistema Guandu, que abastece a sua área de operação. “A concessionária informa que também não registrou redução no volume de água recebido, mas que acompanha atentamente o tema e manterá seus clientes informados através de seus canais oficiais.”

Fonte: Jornal Valor Econômico