Inflação em 2022: confira o ranking do que mais influenciou alta de preços

Enviado Quarta, 11 de Janeiro de 2023.

Itens ligados a automóveis, que sofreram efeito da desorganização da cadeia produtiva causada pela pandeia, apresentaram o maior peso na inflação das famílias

A inflação brasileira fechou 2022 com alta de 5,79%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial do país, divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O que mais pesou para a alta de preços e o que mais ajudou a amenizar esse movimento?

Entre as principais influências para a alta do IPCA, aparecem itens ligados a automóveis – sejam impostos, serviços ou o veículo em si. A indústria automotiva foi uma das que mais sentiram os efeitos da desorganização da cadeia produtiva trazida pela pandemia, com encarecimento de insumos e falta de matéria-prima. Como os preços de impostos e serviços acompanham a variação dos preços de automóveis, acabam também sendo afetados.

Individualmente, a alta de preços de emplacamento e licença de veículos foi a maior influência para o aumento de preços. O item subiu 22,59% e teve influência de 0,49 ponto percentual. Ou seja, respondeu por 8,4% da taxa de 5,79% do IPCA como um todo. Esse item se refere ao Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que é calculado com base no valor venal dos veículos.

O preço do automóvel novo subiu 8,19% em 2022, também pelo IPCA, a terceira maior influência, o que acabou afetando a base de cálculo do IPVA. O impacto do automóvel novo foi de 0,25 ponto percentual.

Outros itens ligados ao setor que aparecem entre as dez maiores altas são seguro voluntário de veículo – variação de 32,02% e impacto de 0,23 ponto percentual – e conserto de automóvel – variação de 10,89% e 0,18 ponto percentual.

A terceira maior pressão de alta para o IPCA em 2022 foi de aluguel residencial, que subiu 8,67% e respondeu por 0,31% da taxa de 5,79% do índice no ano. O item tem peso importante no orçamento das famílias.

Em seguida, a quarta maior alta veio de plano de saúde, cujos preços subiram 6,90% em 2022, com impacto de 0,25 ponto percentual. O aumento reflete o reajuste de até 15,50% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 26 de maio, com vigência a partir de maio de 2022.

Para o cálculo da inflação, o reajuste é aplicado, de forma proporcional, mês a mês. Isso porque o reajuste autorizado pela ANS passa a vigorar no mês de aniversário de contrato de cada plano de saúde, ou seja, o ciclo se encerra em abril de 2023.

Por outro lado, os maiores alívios para a inflação em 2022 vieram de combustíveis, energia elétrica e também ligados a comunicação. Esses setores foram beneficiados pela redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelo governo, que passou a valer em julho. Isso significou uma redução dos preços ao consumidor, ao mesmo tempo em que o governo reduziu a arrecadação desse imposto.

A gasolina foi líder entre os itens que mais contribuíram para segurar o IPCA em 2022. O preço do combustível caiu 25,48%, com impacto de -1,70 ponto percentual da taxa de 5,79%. Isso significa que, se o preço da gasolina tivesse se mantido estável em 2022, o IPCA teria subido 7,49% em 2022 e não 5,79%.

Para além do efeito do ICMS menor, também houve influência da queda dos preços dos combustíveis nas refinarias, definidas pela Petrobras ao longo do ano.

A segunda maior pressão para baixo veio da energia elétrica residencial, com queda de 19,01% dos preços. O impacto foi de -0,96 ponto percentual. Em seguida, veio o etanol, com recuo de 25,42% do preço e influência de -0,25 ponto percentual.

Fonte: Valor Econômico