Duquesa de Tax: as 18 profissões que poderão pagar menos impostos com a reforma tributária

Enviado Segunda, 19 de Maio de 2025.

No programa ‘Não vou passar raiva sozinha’ desta segunda-feira, 19, a colunista do ‘Estadão’ fala sobre as exceções da reforma tributária

A colunista do Estadão, a Duquesa de Tax, comenta sobre as profissões que podem ter desconto com a reforma tributária

Um dos benefícios da reforma tributária é eliminar a complexidade do sistema brasileiro, hoje considerado caótico. O Brasil optou pelo IVA Dual, composto pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que vai substituir os impostos federais PIS, Cofins e IPI; e o IBS, para tributos estaduais. A ideia era manter a arrecadação e a carga tributária. Ao final do processo, calculou-se que o Brasil ficaria com uma alíquota de 28%, o que colocaria o País na liderança do ranking de maiores alíquotas do mundo.

“E se eu te contar que, na prática, a gente já tem essa carga tributária e nem percebe”, observa a colunista do Estadão Maria Carolina Gontijo, a Duquesa de Tax (assista à íntegra do programa no vídeo acima).

Segundo ela, quando qualquer pessoa vai a um restaurante hoje, por exemplo, ela vai pagar a conta e, ali, tem um imposto escondido. “Só que ele não aparece na conta nem no cardápio. Se você vai comprar um carro ou um perfume, a gente tem o famoso cálculo por dentro.” Tem Estado, diz a Duquesa, em que a alíquota parece ser de 23%, mas, na realidade, chega a beirar os 30%.

“A reforma do consumo veio para mudar isso, para colocar o imposto às claras, direto na nota. E, com isso, forçar o sistema a ser mais justo, mais transparente, mais racional. Mas isso tem um detalhe, só funciona se todo mundo estiver no mesmo jogo.”

A Duquesa explica que é aí que as exceções começam a virar problema. “A proposta da reforma é muito boa. Eu apoio. Ela resolve um problema real. Hoje, a gente paga imposto sem saber que está pagando imposto. Não tem nota que explique, não tem cupom que diga.”

A alíquota de impostos é, atualmente, um mistério para a maioria das pessoas, afirma a colunista. No papel aparece um número, mas, na prática, quando se faz a conta real, o valor é outro. Resultado: transparência zero. A proposta da reforma tributária tenta mudar esse cenário. Com ela, você vai conseguir ver exatamente quanto de imposto está embutido no seu carrinho do supermercado.

“Você vai ficar bravo? Muito provavelmente, sim. Mas, pelo menos, vai saber com o que está bravo. Porque transparência dói, mas é o começo da justiça (tributária).” Ela questiona: “Sabe quem não quer muito essa justiça toda? Quem conseguiu um jeitinho de pagar menos. E foi aí que começaram as famosas exceções.”

E, quanto mais exceção existe, maior tem de ser a alíquota geral para compensar. Se todo mundo paga igual, a alíquota pode ser menor.

No caso de serviço de natureza intelectual, qualificado e fiscalizado por um conselho profissional, há 30% de desconto na alíquota. “Se a gente abrir precedente para todo mundo, vai sobrar quem para pagar a alíquota cheia? Aí a coisa desanda. Porque o que era para ser um sistema com regra clara, vira um festival de exceções.”

Fonte: Estadão