Risco fiscal amplia discussão sobre mudança no reajuste do salário mínimo
Enviado Quarta, 15 de Janeiro de 2025.em meio ao debate, ministro da Fazenda confirma aumento da faixa de isenção do IRPF e promete reforma do imposto sobre a renda
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que, no orçamento de 2025, a orientação do governo é manter a isenção do imposto de renda para quem recebe até dois salários mínimos, o que levaria o valor para R$3.036,00. Hoje, são isentos salários de até R$2.824,00.
O ministro também prometeu encaminhar ao legislativo projetos para a reforma da tributação sobre a renda e a isenção para quem ganha até cinco mil reais por mês.
“Tem várias distorções no nosso sistema de imposto de renda e essas distorções nós pretendemos corrigir, tanto do ponto de vista distributivo quanto do ponto de vista de neutralidade fiscal”, afirmou nesta terça-feira (14) Fernando Haddad.
O ministro celebrou ainda a inclusão dos programas “Vale-gás” e “Pé de meia”, que cria uma poupança para estudantes do ensino médio – no cálculo do Arcabouço Fiscal.
Apesar do otimismo do ministro, o mercado segue aumentando o prêmio de risco para emprestar dinheiro à União. principalmente pela falta de confiança na capacidade do governo controlar a trajetória da dívida pública.
Nesta terça-feira, o economista Fábio Giambiagi publicou um artigo no portal “Brazil Journal” que dá a dimensão do problema. Em 2013, a dívida bruta equivalia a 52% do PIB. Hoje, é de 78%.
O gasto saltou 12% só no primeiro ano da gestão Lula. Sem o efeito dos precatórios acumulados no governo anterior, o aumento seria de 7%.
Parte do problema está na política de aumento do salário mínimo, que impacta os gastos previdenciários. A partir deste ano, o governo assumiu o compromisso de aumentar o valor dentro dos limites do arcabouço fiscal.
Mesmo assim, a medida terá um aumento de custo de cerca de R$14 bilhões em 2025. No ano seguinte, serão R$29 bilhões. E em 2027, o preço acumulado do reajuste chega a R$87 bilhões.
Fonte: CNN Brasil