Lula diz esperar do Senado mesma rapidez da Câmara para aprovar reforma tributária

Enviado Quinta, 01 de Agosto de 2024.

Senadores ainda vão começar discussão do projeto de lei que trata da regulamentação da reforma

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou nesta quarta-feira (31) sobre a aprovação da reforma tributária e afirmou que espera que a regulamentação “flua” no Senado Federal com a mesma rapidez com que foi aprovada na Câmara dos Deputados.

O texto de regulamentação da reforma foi enviado à Câmara em 25 de abril e aprovado em julho. O projeto ganhou regime de urgência na etapa final de discussão entre os deputados, mas os senadores pressionam para que a urgência seja retirada. Caso isso não ocorra, o projeto passa a trancar a pauta de plenário do Senado se não for votado em até 45 dias.

Lula ressaltou que seu partido só possui 70 deputados entre 513 e 9 senadores entre 81, mas que os projetos “que são bons para o Brasil” tem avançado na base de muita conversa e das pessoas sérias que estão no Congresso para discutir os projetos.

“É impensável que em apenas um ano e oito meses a gente já tivesse aprovado uma reforma tributária no Congresso Nacional, coisa que se esperava há 40 anos. Falta um pouquinho no Senado, mas vai fluir com a mesma rapidez que fluiu na Câmara”, disse.

O Senado está em recesso parlamentar. No dia 16, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou a criação de um grupo de trabalho (GT) para debater o projeto de lei de regulamentação. O coordenador será o senador de oposição Izalci Lucas (PL-DF).

O GT organizará a realização de audiências públicas e, ao final, irá formular um relatório com sugestões ao texto do relator do projeto de lei complementar (PLP 69/24), senador Eduardo Braga (MDB-AM).

A fala de Lula correu durante cerimônia de inauguração de obras de ampliação e modernização dos aeroportos de Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Alta Floresta, todos no Mato Grosso. Ao todo, segundo anunciou o governo, foram investidos R$ 570 milhões pela concessionária responsável pela gestão dos quatro equipamentos.

O presidente participou do evento ao lado do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), que em 2022 fez campanha pela reeleição de seu adversário, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta quarta-feira, Mendes elogiou a parceria e destacou a importância de o Brasil voltar a investir mais fortemente em infraestrutura.

O petista disse que o país precisa de segurança jurídica, estabilidade política e previsibilidade para se desenvolver. “Ninguém pode ser pego de surpresa com decretos e portarias feitas à meia noite”, disse. Por isso, afirmou, convidou todos os governadores, mesmo os de oposição, para que apresentasse uma cartilha de projetos necessários para seus Estados.

No discurso, o petista ainda defendeu a política de valorização do salário mínimo, ao dizer que o crescimento de 3% do produto interno bruto (PIB) no ano passado precisa ser repartido com o povo para fazer girar a economia, e também os investimentos em educação.

Lula também fez vários elogios ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), que foi eleito senador pelo Mato Grosso e está licenciado, e afirmou que ele “será de longe o melhor ministro da Agricultura que este país teve”. Fávaro não discursou no evento.

Apesar do tom amistoso com o governador, tanto Lula quanto o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), fizeram ataques aos governos anteriores.

Lula afirmou que o país vivia "à base da chacota e da provocação" e que pretende terminar seu mandato mostrando para os brasileiros que "todos estão no mesmo barco".

Renan Filho disse que o governo Bolsonaro não investia em infraestrutura e que, em 2022, o Mato Grosso recebeu apenas R$ 281 milhões do governo federal. Já no primeiro ano do governo Lula, foram R$ 713 milhões e, este ano, estão previstos R$ 850 milhões.

"Se perguntarem a vocês quem investe em infraestrutura de transportes, quem cuida de estrada, o presidente Lula ou os governos anteriores, não tem nem comparação", provocou o ministro.

Fonte: Valor Econômico