Preço da cesta básica cai em 15 das 27 capitais pesquisadas pelo Dieese. No Rio, valor médio é de R$ 823,59
Enviado Quinta, 21 de Agosto de 2025.Em relação ao custo, São Paulo foi a capital com conjunto mais caro de produtos (R$ 865,90) em junho, enquanto Rio de janeiro ocupou quarta posição
O preço da cesta básica diminuiu em 15 das 27 capitais analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em julho, na comparação com o mês anterior. As maiores quedas ocorreram em Florianópolis (-2,64%), Curitiba (-2,40%), Rio de Janeiro (-2,33%) e Campo Grande (-2,18%). Já as maiores altas foram registradas em capitais do Nordeste, como Recife (2,80%), Maceió (2,09%), Aracaju (2,02%) e João Pessoa (1,86%).
Em relação ao custo, o levantamento mostra que São Paulo foi a capital com a cesta básica mais cara, com valor de R$ 865,90. Na sequência, aparecem Florianópolis (R$ 844,89) e Porto Alegre (R$ 830,41). Apesar de ter apresentado uma das maiores quedas, o Rio de Janeiro ocupa a quarta posição entre as capitais com maior custo, com R$ 823,59, seguido de Cuiabá (R$ 813,48).
Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$ 635,08) e Porto Velho (R$ 636,69).
Comportamento dos preços
- Batata - O preço do quilo da batata, coletado na região Centro-Sul, diminuiu em todas as 11 cidades. As quedas variaram entre -35,51%, no Rio de Janeiro, e -16,35%, em São Paulo.
- Arroz - O preço do quilo do arroz caiu em quase todas as cidades, exceto em Recife (0,65%). Destacam-se as variações registradas em Porto Velho (-7,15%), Palmas (-5,29%) e Florianópolis (-5,04%).
- Feijão - O preço do feijão foi menor em 24 capitais. O feijão preto, pesquisado nos municípios do Sul, Rio de Janeiro e Vitória, apresentou queda nessas cinco cidades, com as variações mais expressivas em Vitória (-6,94%) e Florianópolis (-5,23%). Para o feijão carioca, coletado nas demais capitais, foram observadas altas apenas em três localidades: Porto Velho (0,68%), Maceió (0,48%) e São Luís (0,33%). As diminuições variaram entre -4,33%, em Fortaleza, e -0,28%, em Aracaju.
- Café - O preço do quilo do café em pó caiu em 21 das 27 cidades pesquisadas. As quedas mais significativas foram registradas em Belo Horizonte (-8,17%) e Teresina (-3,99%). Apenas seis cidades apresentaram aumento no valor médio, com destaque para Macapá (7,00%), Cuiabá (1,34%) e Boa Vista (1,12%).
- Carne bovina de primeira - O preço da carne bovina de primeira teve comportamento variado nas 27 cidades analisadas: houve aumento em 11 capitais, com destaque para Boa Vista (2,08%) e Salvador (1,80%). Foram registradas quedas em outros 16 municípios, sendo a mais importante em Belém (-2,91%).
- Açúcar - Houve queda no preço do quilo do açúcar em 22 das 27 cidades pesquisadas entre junho e julho de 2025. As principais reduções foram observadas em Florianópolis (-8,27%) e Belo Horizonte (-4,18%). Observou-se aumento em quatro localidades: São Luís (2,93%), Curitiba (1,56%), Fortaleza (1,19%) e Boa Vista (0,96%). Em Natal, o preço não variou.
Piso nacional e tempo de trabalho
Considerando a cesta básica mais cara, que em julho foi a de São Paulo, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.274,43, ou 4,79 vezes o mínimo de R$ 1.518,00. Em junho, o valor necessário era de R$ 7.416,07 e correspondia a 4,89 vezes o piso mínimo.
Além disso, em julho, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica nas 27 capitais pesquisadas foi de 103 horas e 40 minutos, menor do que o registrado em junho, quando ficou em 104 horas e 03 minutos.
Quando se compara o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, a análise aponta que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, nas 27 capitais, 50,94% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos. Em junho, esse percentual foi de 51,13% da renda líquida.
Fonte: Extra