PGR aguarda há 6 meses para André Mendonça destravar investigações contra governador do RJ

Enviado Terça, 29 de Abril de 2025.

PF citou indícios de que Cláudio Castro recebeu propina em gestão anterior e apontou crimes de corrupção e peculato; procurados, governador não respondeu e ministro não comentou

A Procuradoria-Geral da República (PGR) aguarda há seis meses o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), analisar um recurso contra a suspensão de duas investigações contra o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). O gestor é suspeito de corrupção em contratos de assistência social no Estado.

Procurados, o ministro não comentou e o governador do Rio de Janeiro não respondeu. Castro vem negando irregularidades.

Em outubro passado, Mendonça trancou duas investigações contra Castro no Superior Tribunal de Justiça (STJ), foro onde os governadores são julgados. A defesa do governador acionou o STF e apontou irregularidades nos processos. Entre os argumentos, os advogados alegam que delações premiadas firmadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro violaram a competência da Justiça Eleitoral.

A PGR recorreu no mesmo mês e defendeu a continuidade das investigações. Enquanto o ministro não analisa o recurso, as apurações seguem paradas há seis meses.

Se acatar o pedido da Procuradoria, o magistrado pode rever a decisão ou mandar o processo para julgamento na Segunda Turma do STF. A Coluna do Estadão apurou que o caso estava avançado na PGR quando Mendonça trancou os inquéritos.

O que a PF apontou contra o governador

A Polícia Federal apontou indícios de que o governador recebeu propina em gestão anterior, o indiciou por corrupção passiva e peculato e pediu seu afastamento do cargo.

Em julho do ano passado, a PF afirmou ao STJ indícios de que Castro recebeu propina de R$ 326 mil e US$ 20 mil entre 2017 e 2019. Nessa época, ele era vereador e vice-governador do Rio de Janeiro.

Durante a investigação, a PF apreendeu R$ 128 mil e US$ 7,5 mil em espécie na casa de Vinícius Rocha, irmão de criação do governador. Ele também nega irregularidades e, após a operação no fim de 2023, renunciou ao cargo de presidente do Conselho de Administração da Agência de Fomento do Rio de Janeiro.

Fonte: Jornal Estadão