Governador cobra alívio de dívida do Rio com União e ajuda federal para segurança

Enviado Quinta, 21 de Novembro de 2024.

Crítica ao Governo Federal foi feita durante evento sobre balanço da presidência brasileira do G20, organizado pelos jornais GLOBO, Valor e rádio CBN

O governador Cláudio Castro aproveitou um evento sobre balanço da presidência brasileira do G20, nesta quarta-feira, para fazer cobranças ao governo federal. Ele afirmou que é preciso colocar em prática os temas discutidos na Cúpula dos Líderes, que ocorreu nesta semana, no Rio, e ressaltou que a dívida do estado com a União impacta a pobreza da população. Cobrou ainda ajuda na área de segurança, especificamente no monitoramento de armas provenientes de outros países.

— O Brasil, durante muito tempo, também se especializou em assinar documentos, tratados, papéis, memorandos, e a gente, muitas vezes, tem dificuldade de cumprir aquilo que foi escrito. A credibilidade só será mantida se o Brasil entender que é fundamental que muitas coisas discutidas aqui sejam colocadas em prática — disse o governador.

Castro participou do evento "O que esperar pós-G20?", promovido pelos jornais O GLOBO, Valor e rádio CBN.

Segundo ele, os estados endividados ficam sem condições de investimento e são "fabricadores de fome e pobreza".

— Nós estamos discutindo há dois anos, no Rio de Janeiro, uma dívida de quase R$ 200 bilhões. Dos quatro estados que mais mandam dinheiro para a União, três estão em regime de recuperação fiscal, com dívidas impagáveis e indexadores inviáveis. Isso é, sim, o fomentador da pobreza, da fome, da falta de desenvolvimento. Quem dera se o Brasil fosse generoso com os entes subnacionais como é com os entes internacionais — disparou o governador.

Na Cúpula dos Líderes do G20, foi aprovada a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que recebeu adesão de mais de 80 países e vai canalizar recursos para reduzir as desigualdades.
Castro também criticou o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não ter tratado do tema da segurança e do monitoramento de armas com outros presidentes durante o G20, no Rio.

— Que triste que o presidente Lula tenha perdido a oportunidade de chamar o presidente dos Estados Unidos e o presidente da Alemanha para discutir como será esse monitoramento de armas no mundo inteiro. Armas que estão matando as nossas famílias. Eu faço um clamor ao presidente Lula: converse com a sua diplomacia. Precisa ir ao Paraguai, à Colômbia, à Venezuela e cobrar que esse monitoramento de armas aconteça.

De acordo com o governador, só neste ano a Polícia Militar apreendeu 580 fuzis. Segundo ele, 90% desse armamento foi fabricado nos Estados Unidos e entrou no Brasil via Paraguai, Colômbia ou Venezuela.

Durante o evento, o governador Cláudio Castro afirmou que o sucesso do G20 reforça a capacidade do Rio de continuar recebendo eventos de grande porte.

— Quando pensamos em um evento como esse, é claro que consideramos o legado histórico. Há uma perspectiva de legado de um estado que, apesar de suas imperfeições, está pronto para receber grandes eventos. Temos a capacidade de fazer bem feito, bonito e com qualidade — afirmou.

O projeto G20 no Brasil tem o Governo do Estado do Rio de Janeiro como estado anfitrião, Rio capital do G20 como cidade anfitriã, patrocínio de JBS e Engie, apoio do BNDES e L’Oreal e realização dos jornais O GLOBO, Valor Econômico e rádio CBN.

Fonte: O Globo