Castro e Cavalieri celebram resultado

O governador do Rio e o vice-prefeito eleito da cidade, Eduardo Cavalieiri, celebraram a realização da cúpula do G20 na capital fluminense

O governador do Rio, Cláudio Castro, e o vice-prefeito eleito da cidade, Eduardo Cavalieri, celebraram ontem a realização da cúpula do G20, que reuniu mais de 50 líderes por dois dias na capital fluminense. Além do encontro, na segunda e terça-feira, o Rio sediou mais de 130 eventos relacionados ao fórum internacional ao longo do ano.

Castro elogiou o saldo final do G20 e destacou que a cúpula mostra que a cidade e o Estado estão prontos para continuar recebendo grandes eventos. Mas aproveitou para fazer críticas ao governo federal e reforçar demandas antigas, como a renegociação da dívida de quase R$ 200 bilhões com a União.

“Dos quatro Estados que mais mandam dinheiro para União, três estão em recuperação fiscal [Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul]. Quem dera o Brasil fosse generoso com os entes subnacionais como é com entes internacionais. Se os indexadores que o Rio pagou de 1997 para cá fossem os mesmos que países africanos e sul-americanos pagam ao Brasil, nossa dívida estaria quitada”, disse Castro. Para ele, os “indexadores impagáveis” fomentam a fome e a pobreza.

Já o vice-prefeito eleito do Rio e chefe da Casa Civil, Eduardo Cavalieri, destacou o trabalho feito na presidência brasileira no G20 e o papel da cidade ao receber os chefes de Estado e suas delegações: “Fizemos um esforço grande para que não só a cúpula de chefes de Estado acontecesse aqui, mas também a maior parte dos encontros do G20 ao longo do ano”, disse Cavalieri no evento: “O que esperar pós-G20?”, que encerrou o projeto G20 no Brasil, promovido pelos jornais Valor e “O Globo” e rádio CBN.

Cavalieri acrescentou que a prefeitura defendeu o interesse do Rio como cidade-sede, mas também o interesse do Brasil na sua “melhor versão”, como um país que se posiciona e que ocupa espaço no mundo: “Nos últimos anos, muitos tentaram, de forma tacanha e mesquinha, diminuir o Brasil, diminuir o Rio de Janeiro a um tamanho que não é o nosso. Nós somos grandes”, afirmou. O vice-prefeito eleito retomou parte do discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as contradições brasileiras e disse que é a partir das imperfeições que a gestão pública pode avançar.

Castro usou pontos da declaração dos chefes de Estado do G20 para apontar contradições entre os acordos e a gestão federal. Ele também relacionou os tópicos a reivindicações do Palácio Guanabara sobre a agenda climática e de segurança pública. Para o governador, o presidente Lula perdeu oportunidade de conversar com o colega dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a entrada ilegal de armamentos no Brasil: “Uma pena a oportunidade que Brasil perdeu nesse G20. Só este ano, a polícia militar do Rio de Janeiro já apreendeu 580 fuzis e 90% desses armamentos são fabricados nos Estados Unidos e entraram no Brasil via Paraguai, Colômbia ou Venezuela. São essas armas que estão matando as nossas famílias”, disse.

Os jornais Valor Econômico e “O Globo” e a rede de rádio CBN uniram-se para a cobertura, análise e reverberação dos encontros e de mais de uma centena de reuniões do G20 no Brasil. O projeto multiplataforma, iniciado em março, promoveu 12 eventos presenciais, com a participação de ministros, secretários, prefeitos, acadêmicos, especialistas, empresários e organizações sociais.

Para aprofundar a extensa pauta em debate nas diferentes instâncias do G20, 120 reportagens e entrevistas especiais, divulgadas até outubro pelos três veículos, proporcionaram um painel detalhado dos desafios e resultados do fórum que reúne as maiores economias do mundo, neste ano sob a presidência do Brasil. Também foram publicados 5 cadernos especiais.

Fonte: Jornal Valor Econômico