Garotinho, Pezão, Paulo Melo: veja como foi o desempenho de políticos antigos do Rio nas eleições

Enviado Segunda, 07 de Outubro de 2024.

Figurinhas carimbadas da política fluminense participaram de corridas eleitorais para retornar às câmaras e prefeituras em todo o Rio de Janeiro

Figurinhas carimbadas da política fluminense participaram de corridas eleitorais para retornar às câmaras e prefeituras em todo o Rio de Janeiro. Entre ex-governadores e ex-deputados federais, os políticos do estado buscaram se apoiar em antigos redutos eleitorais para garantirem um cargo.

Pezão (MDB)

O ex-governador do Rio de Janeiro entre 2014 e 2018, Luiz Fernando de Souza, mais conhecido como Pezão (MDB-RJ), de 69 anos, recebeu a maioria dos votos na disputa pela prefeitura da cidade de Piraí, na Região do Médio Paraíba fluminense, neste domingo.

Com 100% das urnas apuradas, Pezão recebeu 58,58% dos votos válidos e desbancou o adversário Arthur Tutuca. O ex-governador, no entanto, está sub júdice e aguarda decisão da Justiça para saber se vai permanecer no cargo.

Anthony Garotinho (Republicanos)

Outro ex-governador que decidiu concorrer nas Eleições 2024 foi Anthony Garotinho (Republicanos-RJ), para vereador da cidade do Rio. A candidatura do político chegou a ser impugnada pela Justiça Eleitoral, mas foi liberada pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) após recurso apresentado pelo então candidato.

Garotinho já foi eleito para comandar o Estado do Rio em 1998 após ter atuado como secretário estadual de Agricultura e Interior do Rio e como prefeito de Campos dos Goytacazes, cidade na região do Norte Fluminense onde nasceu. Em 2002, no seu último ano de mandato como governador, deixou o cargo para disputar a Presidência do Brasil. Na época, recebeu 15,2 milhões de votos e terminou como terceiro colocado das eleições.

Nos anos seguintes, foi secretário do governo do Rio após ter emplacado sua esposa, Rosa Garotinho, para sucedê-lo como governadora. Em 2010, foi eleito deputado federal e no pleito seguinte, 2014, tentou retornar ao governo do Rio. No entanto, terminou em terceiro na disputa que elegeu Pezão.

Com 8.753 dos votos, o ex-governador não foi eleito ao legislativo da capital fluminense na eleição deste domingo. A candidatura do político chegou a ser impugnada pela Justiça Eleitoral, mas foi liberada neste domingo por decisão do TRE-RJ. No entanto, no sistema TSE a situação dele aparece como "anulado sub júdice", ou seja, ainda com pendências na Justiça Eleitoral.

Zito (PV)

Chamado de “Rei da Baixada” nos anos 1990 por suas votações expressivas, Zito decidiu disputar a prefeitura de Duque de Caxias pelo PV, partido que faz parte da federação Brasil da Esperança, junto com PT e PCdoB.

Zito foi eleito prefeito de Caxias em outras três ocasiões: 1996, 2000 e 2008. Além disso, também foi vereador da cidade durante dois mandatos.

Com a votação deste domingo, Zito somou 28,25% dos votos e perdeu a disputa já no primeiro turno para Netinho Reis (MDB), com 54,08% do total. O emedebista é empresário e sobrinho do ex-prefeito da cidade, Washington Reis, que atualmente é secretário estadual de Transportes.

Paulo Melo (MDB)

Após deixar cargos públicos em função de desdobramentos da Lava-Jato, Paulo Melo (MDB) se aventurou como candidato à prefeitura de Saquarema, na Região dos Lagos.

O retorno à política fluminense será possível porque a condenação que o tornou inelegível por oito anos se encerrou em 3 de outubro, três dias antes do pleito. Ele foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) por abuso de poder econômico e político e uso indevido dos meios de comunicação.

O ex-deputado chegou a ser preso pela Operação Cadeia Velha, em 2017, um dos braços da Lava-Jato no estado, após a descoberta de um esquema de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em que parlamentares recebiam propina de empresários de ônibus em troca da aprovação de leis de interesse de empresas.

Paulo Melo somou apenas 12,03% dos votos, perdendo a corrida eleitoral também no primeiro turno para a estreante Lucimar (PL), que fez 81,68% do total.

Fonte: O Globo