No Rio, apenas estatutários do Executivo não receberam três parcelas de recomposição salarial

Enviado Sexta, 01 de Março de 2024.

Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Ministério Público e Defensoria Pública começaram a pagar incremento nos vencimentos deste mês. Executivo não iniciou a segunda parte, prevista para o ano passado

Com a recente decisão dos órgãos do Legislativo e do Judiciário fluminense de pagarem a terceira parcela de recomposição salarial, no valor de 5,95%, apenas os servidores do Executivo não receberam os valores acordados em 2021 com o governo estadual do Rio de Janeiro.

A partir de fevereiro, Assembleia Legislativa (Alerj), Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Ministério Público e Defensoria Pública começaram a pagar incremento nos vencimentos base. O Executivo, contudo, não iniciou o pagamento da segunda parcela, de 6,5%, prevista para o ano passado. O incremento salarial – dividido em três partes – é parte de um trato entre os estatutários e o Executivo, referente às perdas inflacionárias acumuladas pelas categorias entre 2017 e 2021.

No Orçamento de 2024, aprovado pela Alerj, o governo estadual já não previa a concessão de reajuste ou mesmo o pagamento das parcelas de recomposição determinadas aos servidores. Dentro do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) — que aponta as previsões de arrecadações e gastos da administração pública — não havia menções a incrementos salariais do funcionalismo carioca.

Ao mesmo tempo, o Judiciário e o Legislativo, que concederam o pagamento, foram questionados pelo Conselho de Supervisão do Regime de Recuperação Fiscal (CSRRF), por, sob um primeiro olhar, ferir as regras do regime. De acordo com a explicação do governador Cláudio Castro (PL), em reunião com deputados federais do Rio de Janeiro, o regime no qual o estado está inserido prevê que somente podem ser concedidos reajustes quando os cofres do Rio arrecadarem acima da inflação.

Ou seja, com um rombo bilionário e apertando os cintos para fechar o ano de 2023 no azul, a concessão de reajustes por enquanto, está longe de ser considerada pelo Executivo.

Em nota, o governo do estado afirmou que “segue trabalhando para garantir políticas de valorização do funcionalismo público, sempre com respeito ao Regime de Recuperação Fiscal” e que está empenhado em aumentar a arrecadação, com previsão de perda só em 2023 de R$ 10 bilhões por conta da Lei Complementar federal 194, para anunciar uma nova recomposição dos salários ao funcionalismo.

 “Cabe destacar que desde 2014 não havia sido concedido nenhum reajuste, e a atual gestão pagou a primeira parcela da recomposição salarial de 13,05%, em janeiro de 2022, para servidores ativos, aposentados e pensionistas, além de 5,9% de correção salarial, em janeiro de 2023”, destaca o posicionamento oficial.

O Fórum Permanente de Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (Fosperj), em nota, aponta falta de diálogo para encontrar uma solução à falta de recomposição e reajuste dos servidores. Ao mesmo tempo, aponta que a lei do Regime de Recuperação Fiscal não veda a concessão de incrementos salariais ao funcionalismo.

 “São meses de tentativas de diálogo; todas sem qualquer manifestação do Executivo”, destaca a nota.

Fonte: Jornal Extra