PL e partidos da coligação de Castro são maioria na Alerj

Enviado Terça, 04 de Outubro de 2022.

Assembleia contará com 31 novos parlamentares

Em 2023, o PL seguirá como o maior partido da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Atualmente, a legenda conta com uma bancada de 14 deputados e no pleito do último domingo (2), esse número aumentou para 18. Além disso, dos 70 deputados estaduais, o governador reeleito Cláudio Castro (PL), vai contar ao menos com 45 parlamentares de sua coligação.

Segundo o cientista político da UERJ e coordenador do Laboratório de Estudos da Mídia e Esfera Pública, João Feres Jr., o cenário da Alerj não mudou muito nestas eleições. Para o especialista, a maior diferença estará na presidência da Assembleia, que não contará mais com André Ceciliano (PT) — considerado um dos mais moderados e conciliadores dos líderes. "André fazia muita diferença, porque ele era do PT mas presidia com uma boa relação com o governador. Ele fazia uma pacificação política da relação Executivo-Legislativo do Rio de Janeiro, que agora vai ficar um pouco capenga" declara.

Ceciliano concorreu nestas eleições para o Senado pelo PT, ficando em quinto lugar com mais de 900 mil votos. Porém, o seu filho, Andrezinho Ceciliano (PT), estará na Alerj pelos próximos quatro anos. O postulante foi eleito com aproximadamente 55 mil votos.

Dos deputados estaduais que vão integrar a 13ª Legislatura (2023-2027), o deputado mais votado foi o candidato à reeleição Márcio Canella (União Brasil), com mais de 180 mil votos. Em seguida, vieram o estreante Douglas Ruas (PL), filho do Capitão Nelson (PL), prefeito de São Gonçalo; Renata Souza (Psol), reeleita; Dr. Serginho (PL), reeleito; Rosenverg Reis (MDB), também reeleito.

Além de Douglas, outros 30 irão estrear na Alerj a partir de janeiro de 2023. Incluindo, Giselle Monteiro (PL), irmã do vereador cassado Gabriel Monteiro, Guilherme Delaroli (PL), irmão do prefeito de Itaboraí Marcelo Delaroli (PL); Thiago Gagliasso (PL), irmão do ator Bruno Gagliasso e Elika Takimoto (PT).

A segunda maior bancada da Alerj será a do Partido União Brasil. A sigla nasceu da fusão do PSL com o DEM e, após a janela partidária deste ano, tinha dez cadeiras. Agora, terá oito deputados estaduais a partir de 2023. O PT, que atualmente tem dois representantes, vai passar a ter sete. O PSD tem cinco deputados e, a partir do ano que vem, passará a contar com mais um. Entre os partidos mais prejudicados está o Solidariedade que perdeu três cadeiras.

Ao todo, atualmente, partidos de base e apoio ao atual governador somam 47, contra 17 da oposição. Segundo o cientista político, isso traz como consequência uma Alerj mais "conversadora, ligada a pautas bolsonaristas e evangélicas. Principalmente por não contar com o Ceciliano".

Fonte: Jornal O Dia