Redução da gasolina é ‘ponta do iceberg’, diz Sachsida

Enviado Sexta, 05 de Agosto de 2022.

Ministro diz que governo deve promover novas reduções tributárias

A queda de preço da gasolina é apenas a ponta de um iceberg dos efeitos positivos que a redução de impostos, como o ICMS sobre energia e combustíveis, trará para a economia. A avaliação é do ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida. O ministro participou nesta quinta feira do evento XP Expert, promovido pela XP Investimentos, em São Paulo.

“Estamos vendo a ponta de um iceberg, que é a redução de preço. Mas haverá outros efeitos com a melhor alocação dos recursos na economia. Com menos imposto, temos mais produtividade, mais emprego, seja na padaria, no salão de beleza, nas grandes empresas, que vão gastar menos com energia”, disse.

Questionado sobre a política de preços das Petrobras, que segue o mercado internacional, o ministro disse que não opina sobre a formação dos preços nas empresas. Mas afirmou que atualmente existe uma realocação de investimentos no mundo, com recursos saindo da Rússia, Ucrânia e Ásia e migrando para “portos seguros”.

De acordo com Sachsida, o Brasil pode se beneficiar desse movimento. “Não controlamos o preço do barril de petróleo. Mas se esse dinheiro que está sendo realocado vier para o Brasil, a taxa de câmbio se valoriza e conquistamos uma redução estrutural do preço”, afirmou o ministro. “Essa é a nossa estratégia.”

Ele afirmou que ao não taxar lucros de petroleiras, como outros países estão fazendo neste momento, o Brasil deverá atrair esses investimentos. Sachsida disse que o governo já promoveu 11 reduções de impostos e que outros deverão acontecer. Disse também privatização da Petrobras está sendo estudada, mas trata-se de um tema complexo.

O ministro declarou que quer promover competição no setor de petróleo. “Um projeto desse tamanho precisa gerar competição. É preciso avançar em consenso. É isso que a sociedade brasileira quer? É melhor avançar passo a passo na direção correta”, disse.

O ministro afirmou que não pretende aumentar tributação sobre mineração, como alguns especialistas defendem para buscar recursos privados que custeiem a máquina pública. “O Brasil tem que ser o Canadá da mineração, com respeito a sustentabilidade e uma potência no setor. Não vamos aumentar a tributação sobre o setor. Seria um erro. É uma fonte de riqueza incrível e temos que explorar essa riqueza de forma sustentável e socialmente justa”, afirmou.

Ele disse que a mineração preserva o meio ambiente, e o que causa a destruição é a mineração ilegal. O ministro afirmou que assim como foi criado o Fiagro, categoria de fundos de investimento voltados à cadeia do agronegócio, ele quer criar o Fimineração, uma forma de financiar o setor, pulverizando o risco no mercado de capitais.

Fonte: Valor Econômico