Rioprevidência diz que pagamento de aposentadorias está garantido mesmo após liquidação do Master
Enviado Quarta, 19 de Novembro de 2025.O Rioprevidência (Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro) afirmou na tarde desta terça-feira (18) que o pagamento de aposentadorias e pensões está garantido aos segurados, mesmo após a liquidação do Banco Master.
O fundo é responsável pelos benefícios dos servidores estaduais inativos do estado do Rio de Janeiro, e suas relações com o Master geraram preocupação nos últimos meses. O temor foi intensificado nesta terça, depois da confirmação pelo BC (Banco Central) da liquidação do banco.
Em outubro, o TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro) indicou que o Rioprevidência ignorou alertas da corte e continuou a aplicar recursos em investimentos associados ao conglomerado em dificuldades financeiras.
Agência do Rioprevidência, o fundo de aposentadorias e pensões do RJ - Divulgação Governo do RJ
De acordo com o tribunal, até 31 de julho, R$ 2,6 bilhões do fundo estavam expostos a títulos emitidos ou fundos administrados pelo Master. O Rioprevidência rebate essa afirmação e diz que a cifra é inverídica.
"O valor efetivamente aplicado pelo órgão foi de aproximadamente R$ 960 milhões, em Letras Financeiras emitidas pela instituição entre outubro de 2023 e agosto de 2024, com vencimentos previstos para 2033 e 2034. Atualmente, a autarquia está em negociação para substituir as letras por precatórios federais", afirmou o Rioprevidência, em nota.
"O Rioprevidência ressalta ainda que o pagamento de aposentadorias e pensões está garantido, não havendo qualquer risco para os segurados do estado do Rio de Janeiro", acrescentou.
Segundo o comunicado, o valor investido junto ao Master é inferior ao da folha mensal paga pela autarquia aos aposentados e pensionistas, hoje em R$ 1,9 bilhão. As despesas são custeadas em grande parte pela receita de royalties e participações especiais, disse o órgão.
O Rioprevidência também afirmou que o Master tinha autorização de funcionamento e que as aplicações foram realizadas em conformidade com todos os regramentos vigentes e de acordo com o plano anual de investimentos aprovado pelo conselho de administração da autarquia.
Nesta terça, o deputado estadual Flávio Serafini (Psol-RJ) protocolou uma representação junto ao MPF (Ministério Público Federal) para solicitar a abertura de uma investigação criminal e financeira da gestão do fundo de previdência.
Na visão de Serafini, há indícios de irregularidades e agravamento do quadro após a liquidação do Master. Para o deputado, que integra a oposição ao governo Cláudio Castro (PL), a situação transforma os riscos antes sinalizados em prejuízo potencial imediato.
"Embora o Fundo Garantidor de Créditos [FGC] tenha patrimônio para absorver parte do impacto, grandes investidores institucionais –como fundos previdenciários estaduais– podem sofrer perdas significativas, especialmente em posições acima dos limites garantidos", afirmou o parlamentar em nota distribuída por sua assessoria.
Fonte: Folha de S. Paulo
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