Índices de avaliação de governo impõem desafio a Cláudio Castro e Rodrigo Garcia

Enviado Quarta, 13 de Julho de 2022.

Histórico mostra que patamares atuais de aprovação dos governadores de Rio e São Paulo são obstáculos à reeleição

Além de acumularem ampla maioria no apoio de prefeitos, Cláudio Castro e Rodrigo Garcia têm outra semelhança: números muito parecidos de avaliação de governo na rodada mais recente de pesquisas Datafolha.

Enquanto 23% dos eleitores fluminenses consideram a gestão Castro ótima ou boa, 24% dos paulistas acham o mesmo da administração tucana. Com a resposta ruim e péssimo, há um pouco mais de oscilação nos números (o governador do Rio marca 21%, enquanto Garcia é reprovado por 15%).

Recém-lançado pelo doutor em Ciência Política Alberto Carlos Almeida, o livro “A mão e a luva” apresenta números que desafiam Castro e Garcia nos próximos meses. Analisando 72 governadores que disputaram a reeleição no Brasil entre 1998 e 2014, Almeida chegou a algumas conclusões: candidatos com ótimo e bom acima de 46% quase sempre se elegem; políticos que alcançam menos de 33% são derrotados (há casos variados de resultados eleitorais quando o governante da vez marca entre 34% e 45% de aprovação).

A boa notícia para Castro e Garcia é que uma parcela alta do eleitorado considera os seus governos regulares — 46% e 47%, respectivamente. Políticos sentados na cadeira de governador, com a possibilidade de uso da máquina e robusto tempo de TV, tendem a melhorar as suas avaliações ao longo da campanha.

Embora imaginem um segundo turno com os principais nomes da esquerda de Rio e São Paulo (Marcelo Freixo e Fernando Haddad), Castro e Garcia sabem que vivem circunstâncias diferentes até agora. Castro, filiado ao PL, é o candidato de Jair Bolsonaro, e Garcia se equilibra entre Luciano Bivar, presidenciável pelo União Brasil, e Simone Tebet, do MDB.

O governador do Rio tem trabalhado para impedir as candidaturas de Anthony Garotinho (União Brasil) e Marcelo Crivella (Republicanos). Não quer dividir o campo da direita religiosa com o ex-governador e o ex-prefeito. Já Garcia não tem mais o que fazer nos bastidores. O ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, Tarcísio Freitas, será candidato a governador de São Paulo e vai disputar espaço em redutos que sempre votaram no PSDB paulista nos últimos 30 anos. Nas redes, Garcia já elegeu Freitas como o seu principal adversário — ataca especialmente o fato de nunca ter morado no estado e não ter experiência para lidar com os problemas de São Paulo.

Fonte: Jornal O Globo